Há aquele tipo de pessoa que quer ser tão diferente que é capaz de vestir os maiores abortos só para se destacar. Até aí tudo bem, sempre gostei de originalidade e se o aborto ficar bem com um bom par de sapatos até que marcha. Mas há sempre um cuidado especial em vestir coisas que, por um pormenor ou outro, não pareçam que saíram duma loja da Oxfam (que também não têm nada de mal, até vi lá uns vestidos muito giros, mas é para se ter uma ideia geral). Uma coisa que já passou de moda desde, sei lá, 1980, são calças de ganga brancas. Sim, aquelas calças que triplicam o tamanho do rabo e que se sujam ao mínimo toque, e que nem à mulher mais bonita de milnoveoitenta ficavam bem. Portanto, tem que haver uma razão muito especial para uma miúda mais nova que eu, que se acha, andar de calças de ganga brancas a pavonear-se e a rir-se alto. Há alturas em que era capaz de escrever um romance só com as coisas absurdas que vejo.